O que pode mudar em 7 anos num mercado dinâmico como o digital? O ano era 2015 e o Facebook imperava solitário como a rede social. A Microsoft lançava o seu HoloLens e o Google seu carro autônomo.
Inovações de quase uma década que ainda não se perpetuaram, e o Facebook deixou de ser “a rede social” perdendo muita relevância.
Hoje vamos falar sobre as mudanças mais importantes para o marketing digital, empreendedorismo e negócios digitais nos últimos 7 anos.
Se dar uma boa olhada no passado pode ou não ajudar a prever o futuro, disso não sabemos. A certeza é que este é um exercício válido para quem deseja ter ideias novas, se antecipar e se posicionar com mais sabedoria rumo aos próximos anos.
Mídia e Mercado
A grande aposta em 2015 era a publicidade digital. Ainda naqueles tempos, as possibilidades de segmentação, mensuração e personalização das ações fascinavam a todos.
Uma palavra que estava na moda na época era a tal da mídia programática. Pode ser que você nem tenha chegado a conhecê-la, pois atualmente quase ninguém fala dela. Basicamente ela funciona de maneira automatizada.
O anunciante, utilizando-se de plataformas e ferramentas adequadas, realiza um set-up para compra de mídia automática em sites e portais. É o anunciante que define o preço máximo a pagar pelo espaço e escolhe o perfil ideal de quem será impactado pelo banner.
Ao fazer isso, ele participa de um leilão, bem parecido com o do Google ads, e a mágica acontece. Mas não é feitiçaria, é tecnologia, como diria uma personagem dos anos 2000.
LGPD
Mas se a Mídia Programática é essa maravilha toda, por que quase ninguém fala disso hoje em dia? Porque essa mídia é faminta por cookies, e como você deve saber eles estão ficando bem escassos ultimamente.
É que a tal da LGPD pegou e com isso todo o mercado digital está se adequando para um futuro sem cookies. Eram os cookies que rastreiam e conseguiam oferecer aos anunciantes os dados de navegação e o perfil das pessoas. Sem isso em mãos, nada feito.
Hoje em dia Facebook ads e Google ads, praticamente incorporaram esta inteligência em suas plataformas. Tanto numa quanto noutra é possível comprar mídia direcionada de maneira automática. Parte do movimento de democratizar o acesso a essas plataformas de anúncio também contribuíram para isso.
Essa, sem dúvidas, é uma das grandes mudanças da mídia nos últimos anos.
Mídia e mercado: antes x agora
Estamos em 2015, mas vamos voltar mais 7 anos. Lá em 2008 o marketing digital ainda estava com o cordão umbilical ligado ao marketing tradicional. Para anunciar seu negócio na mídia você tinha, rádio, tv e mídia impressa.
Além disso, para anunciar nessas mídias era preciso contar com uma agência de publicidade e propaganda devidamente homologada na abap, associação brasileira de agências de publicidade.
Isso porque existe uma lei, ainda vigente, que somente agências podem comprar espaços publicitários em veículos de mídia impressa e/ou analógica.
Com o fortalecimento destas plataformas de anúncio no modelo self service, o anunciante ganhou maior liberdade e empoderamento.
Neste meio tempo, as inteligências artificiais de Google e Facebook também se aprimoraram aprendendo com os milhões de anúncios sendo veiculados diariamente. Assim, recomendações de otimização, melhores práticas e segmentações ficaram mais precisas, o que beneficia anunciantes e agências.
Consumo
Em 7 anos, os comportamentos mudam e novos padrões de consumo surgem. O jeito de comprar e vender mudou bastante, graças à explosão dos dispositivos móveis que ganharam autonomia para ser praticamente tudo que o usuário precisa.
De volta a 2015, era impensável sair de casa sem sua carteira, dinheiro e documentos, certo? Hoje tudo isso pode estar no seu smartphone, se você assim desejar.
Carteiras digitais, pix e documentos digitais são realidade e cresce cada vez mais o número de adeptos. Fazer pagamentos com o celular, smartwatch ou via pix acelerou bastante a adesão de empresas e usuários no mercado digital.
A digitalização do mercado também veio na forma do consumidor comprar. As vendas por e-commerce que no ano de 2015 movimentaram 41,3 bilhões de reais e já haviam apresentado crescimento de 15,3% em relação ao ano anterior, ganharam ainda mais força.
Em 2021 as lojas virtuais movimentaram nada menos que 89, 6 bilhões, o que representa um crescimento maior que 100%.
É verdade que no meio do caminho houve, e ainda há, uma pandemia global em curso que acelerou em 10 anos, segundo estimativas, o crescimento do mercado digital.
Mas também é fato que os hábitos digitais permaneceram mesmo após o fim dos confinamentos em casa. Consumidores que nunca haviam comprado online antes tiveram que experimentar o digital pela primeira vez e grande parte saiu satisfeita.
Pesquisas mais recentes indicam que mesmo após a reabertura de lojas físicas, o comportamento de busca online deve permanecer antes de o consumidor decidir por uma compra presencial.
Empreendedorismo
Um mercado por assinatura
Além das compras, a forma como as pessoas consomem conteúdo também mudou bastante. Há 7 anos, ao dar uma rápida olhada no mercado de streaming, por exemplo, poucas eram as opções para assinar.
Em 2015 tínhamos Netflix, Spotify que havia chegado ao mercado no ano anterior, e Deezer. A locadora vermelha nadou “de braçada” em um oceano azul por anos e praticamente ensinou o consumidor a “maratonar” suas séries. Neste mesmo ano estreou o Globoplay de maneira bem mais tímida, mas com uma visão de futuro neste mercado, até então, de um player só.
Hoje são diversas plataformas de assinatura de filmes, séries, músicas, games, livros, vinhos, cafés, cervejas e o que mais você puder imaginar.
O consumidor gostou do formato de pagar uma mensalidade e poder desfrutar de um catálogo inteiro de conteúdo, sem anúncios ou interrupções.
As empresas também amaram o modelo de negócio que dá previsibilidade e ampla possibilidade de escala. Um casamento perfeito.
O MEI
Além do mercado de streaming, o que já estava quente e seguiu aquecido de 2015 para cá foram os empreendimentos digitais e locais. O MEI (Microempreendedor Individual) se popularizou e possibilitou a formalização de diversos trabalhadores autônomos, que a partir de então passaram a ter o seu CNPJ, bem como acesso a crédito e mais oportunidades de negócios.
Desde a confeiteira da sua rua, ao borracheiro do centro, todos agora tinham sua empresa. Isso fez com que o número de empreendedores saltasse nos últimos anos. Já em 2015 foram mais de 1,5 milhão de novas empresas abertas. No ano passado esse número subiu para mais de 4 milhões.
Graças a este mercado em expansão e aquecido, empreender no Brasil se tornou algo mais palpável e democrático. Certamente nem todos os negócios obtêm sucesso. Mas o mercado é assim. Tamanha concorrência, fez e continua fazendo com que empreendedores tenham que ser mais criativos, organizados e disciplinados para fazer dar certo.
Empreendedorismo Digital
Combine esses dois termos que estavam borbulhando na mídia e você terá um dos grandes fenômenos dos últimos anos. Um mercado que fez milhares de pessoas se tornarem milionárias é o de produtos digitais ou infoprodutos como muitos dizem.
Entre 2015 e 2022 esse foguete decolou e entrou em órbita num piscar de olhos. Você com certeza já viu algum anúncio de alguém vendendo um curso no Instagram. Não importa o tema, o mercado digital se tornou tão amplo que possibilitou aos empreendedores, aqui chamados de especialistas, lançarem cursos super nichados. E o melhor de tudo, com uma enorme demanda reprimida.
Além destes, a internet dos últimos 7 anos também fortaleceu a construção de grandes influenciadores e criadores de conteúdo. Talvez, Instagram, Tik Tok e Youtube sejam o berço das maiores estrelas da internet mundial em 2022. Mas, muito além de criar conteúdo, estes empreendedores digitais transformaram seus perfis e canais em verdadeiros negócios milionários.
Concluindo…
Uma rápida olhada no passado pode ser enriquecedora se o seu intuito é se destacar no futuro. Você deve se perguntar, se tanta coisa aconteceu em apenas 7 anos, o que mais poderá surgir até 2029? Isso é o mercado quem vai nos dizer.
Por aqui estamos sempre em busca de compreender cada vez mais o mercado, as pessoas e seus comportamentos. Tudo isso para estar com uma posição mais sólida e de destaque para o mercado digital de amanhã.
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